24 outubro 2010

Entrevista Exclusiva com Evaldo José, locutor da Rádio CBN-RJ

Por: Carlos Gregório Júnior (@CarlosGregJr)

Evaldo José ao lado da companheira de casa Thayssa Bravo

Locutor da Rádio CBN e um dos maiores da atualidade, o paranaense Evaldo José “está no Rio desde quando Maurício pediu “licença” ao zagueiro do Flamengo e deu o título para o Botafogo. Casou-se no mesmo ano que o Vasco conquistou o Campeonato Brasileiro com Show de Edmundo. Sua primeira filha nasceu no ano do bendito torneio João Havelange que trouxe o Fluminense de volta à primeira divisão” (trecho retirado do Site Oficial do Locutor).

Dono do famoso bordão “Que Lindo!”, o locutor reservou um pouco do seu corrido tempo para conversar e comentar sobre alguns assuntos do futebol atual. Assim como a sua companheira de casa e também repórter Thayssa Bravo, que também nos concedeu uma entrevista, Evaldo foi muito receptivo. O resultado dessa conversa, você pode conferir abaixo:

Primeiramente gostaria que você falasse como começou a sua carreira jornalística. Quais os motivos que levaram você a seguir essa carreira? Quais seus ídolos, suas referências na profissão?

Olha, aconteceu meio por acaso. A paixão pelo rádio vem da minha infância, mas o fato de ter me tornado narrador esportivo aconteceu um pouco "acidentalmente". Era colaborador voluntário de uma rádio quando um dos narradores, por problemas no transito, não conseguiu chegar até a emissora e eu tive que entrar na última hora e narrar um jogo em off tube. Foi uma tragédia e, depois disso, fui punido com seis meses longe do microfone. Mas, a partir desse episódio, passei a prestar atenção e tentar aprender e, cumprida a pena, ganhei nova oportunidade e segui superando muitos obstáculos, graças a Deus.

Apesar da disponibilidade da TV, muitas pessoas ainda preferem ouvir as narrações do rádio. Como você vê essa preferência? Achas que o Rádio ainda exerce um papel de destaque no jornalismo esportivo, no jornalismo de uma maneira geral? E como é trabalhar nesse meio ao lado de toda a família CBN?

Eu sou suspeito para falar (rsrsrsrs) estou legislando em causa própria. Considero o rádio muito mais emocionante e com uma agilidade e rapidez que para a televisão fica mais difícil. Trabalhar na CBN é uma alegria muito grande. Sinto realmente muito prazer e orgulho integrar essa equipe e aprender diariamente com meus colegas.

Recentemente foi aprovado o novo estatuto do torcedor. Com base nisso gostaria de saber qual a sua opinião a respeito. Achas que com esse novo estatuto a violência nos estádios diminuirá? Qual o maior problema atualmente?

O problema do Estatuto é o problema de muitas leis no nosso país: falta fiscalização e rigor da justiça com os que desrespeitam as normas. O maior exemplo é a selvageria que pude testemunhar no dia da queda do Coritiba, no Couto Pereira. Aquelas cenas nunca mais sairão da minha cabeça. Vi uma das festas mais lindas antes do jogo e, depois da partida, uma lição da barbárie humana. Quantos estão presos? Mais do que novas leis, precisamos de melhorar o nível de educação e formação de nossas crianças e jovens.

O futebol carioca ficará sem o Maracanã por um bom tempo. Por conta desse fato o Engenhão é o Estádio que deverá receber os grandes jogos do Estado até a reabertura do Maior do Mundo. Em sua opinião o que falta para o Engenhão atrair os torcedores? Aproveitando, o que você acha do Vasco mandar os clássicos em seu estádio, em São Januário?

Se o Santos joga na Vila e o Corinthians joga no Pacaembu, não vejo problema em o Vasco atuar em São Januário. É preciso, contudo, um planejamento integrado das forças de segurança pública para que os verdadeiros torcedores não fiquem expostos aos vândalos e marginais que só querem violência. Quanto ao Engenhão...precisa melhorar muita coisa: acesso, conforto, alimentação, segurança. Porém, aposto bastante na gestão do presidente Maurício Assunção.

Ano passado o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro da Série A, O Vasco conquistou a Série B e Botafogo e Fluminense, finalista da Sul-americana, conseguiram escapar do rebaixamento em arrancadas espetaculares. Em 2010, os papéis se inverteram e hoje Fluminense e Botafogo são os que estão brigando na parte de cima da tabela. Dentro desse diagnóstico gostaria que você fizesse uma análise dos quatro grandes clubes cariocas. Qual para você tem o melhor elenco? Se hoje você fosse convocar uma seleção carioca, qual seria o seu time?

Ainda faltam 9 (a entrevista foi feita quando ainda faltavam nove jogos para o fim do Brasleiro) jogos para acabar o campeonato e a situação pode mudar bastante. Penso, contudo, que os times do Rio estão aprendendo a lidar com o novo regulamento de pontos corridos. Não arrisco uma seleção, deixo pro Mano. Mas, gosto do Dedé, do Maicossuel e do Emerson (pena que estejam machucados), do Leonardo Moura, do Conca...do Fernando Prass...olham daria para fazer um time razoável para bom, sabia?

Puxando mais para o lado do Vasco, o que você tem achado até agora do desempenho do time nesse de 2010? A diretoria contratou muito e bem, mas o time, que até consegue desenvolver um bom futebol, não vem conseguindo embalar no Campeonato. Na sua visão o que falta para o Vasco? Quais as qualidades e os defeitos desse elenco atual do Vasco?

A virtude principal é o trabalho de renovação que o PC Gusmão vem fazendo. O elenco talvez devesse ter mais opções para o ataque. Falta uma boa referência na área. Agora, minha avaliação geral do clube, depois de tantas críticas ao Eurico: esperava bem mais do Dinamite como presidente.

Ao longo de todo esse tempo como narrador de rádio, qual a partida que mais ter marcou (tanto para o lado bom quanto para o lado ruim)?

Foram tantas...vou lembrar duas: Flu x SP, pela Libertadores de 2008 e Brasil x França, em Frankfurt, na Copa de 2006, no "que pena" do Henry.

Como você convive com o carinho dos inúmeros fãs que tem espalhados pelo Brasil?

Rapaz, como são poucos... é muito tranqüilo. Tenho um respeito muito grande por quem gosta do nosso trabalho.

Por fim duas perguntas: "Qual mensagem você deixaria para o torcedor de cada um dos quatro grandes clubes cariocas?" e "O que você diria para os milhares de jovens que sonham em seguir a carreira jornalística?"

Ao torcedor - paciência!

Ao jovem - acredite no seu sonho e não desista dele por nada!

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