14 julho 2009

Alfredo II


Em pé: Barbosa, Augusto, Eli, Laerte, Jorge e Danilo
Agachados: Mário Américo (massagista), Alfredo, Maneca, Ademir Menezes, Ipojucã e Djair
Crédito: http://www.crvascodagama.com/

Uma lenda, esse foi Alfredo II. Jogador de qualidades, aliava a técnica a uma garra impressionante. Assim era chamado, pois no Vasco já havia outro Alfredo, um atacante mineiro.

Ainda muito jovem era considerado uma promessa: mesmo jogando como amador, fazia partidas pelo time profissional. Seu primeiro contrato data de 1939, quando solicitou, e ganhou, uma dentadura como luvas.

Nesse mesmo ano, época em que não se permitiam substituições durante o jogo, atuou como goleiro em um jogo contra a Portuguesa, era o prenúncio da versatilidade que demonstraria no resto de sua carreira.

Jogando no Vasco, nunca foi titular absoluto, entrava e saía do time. Apesar disso era reconhecida a sua disciplina tática e a já citada versatilidade, características que o levaram a Seleção Brasileira.
A lenda Alfredo II vai além do bom jogador que ele de fato era, e entra na seara do amor incondicional que ele tinha pelo Vasco, talvez seja o jogador da Era Profissional que mais amou esse clube. Dois fatos mostram bem isso.

Certa época foi aliciado pelo Fluminense e inclusive as bases contratuais já haviam sido acertadas, porém os diretores do Vasco apelaram para o seu lado emocional e o amor falou mais alto. Em 1949, em uma injustiça sem tamanho, foi julgado ultrapassado pelo seu clube do coração e dispensado. Aceitou então um convite do Flamengo, clube que não se cansava de apanhar do Expresso da Vitória que ele, Alfredo, fazia parte. Depois de fazer alguns amistosos por esse clube, foi aprovado e chamado para assinar seu contrato. Pausa. É aqui que Alfredo II inseriu seu nome na galeria dos grandes do Vasco da Gama. Alfredo II não conseguiu assinar. Alfredo II caiu em prantos ao perceber o que iria fazer. Suas lágrimas molharam o papel que para ele era uma traição ao seu sentimento. Alfredo II era vascaíno de verdade e jamais assinaria com aquele clube. Seu presidente então ligou para Cyro Aranha e relatou a situação. 15 dias depois Alfredo IIvoltava para o lugar que nunca deveria ter saído.

Foi então que Alfredo calou a boca daqueles que diziam que ele estava acabado para o futebol. Treinou como nunca havia treinado e foi convocado para a Copa do Mundo de 1950, jogando na ponta-direita e até marcando gol. No Carioca do mesmo ano, ganho pelo Vasco, o versátil Alfredo foi titular da lateral direita de todo o segundo turno.

Na revanche da Copa, quando o Vasco enfrentou o Penãrol do Uruguai em 1951, ele anulou completamente nos dois jogos o carrasco brasileiro Giggia.

No ano seguinte, Alfredo II estava lá, na final do carioca de 1952. Terminou sua carreira assim, coberto de glória. Recebendo título de sócio remido e medalha em 1956, ano em que pendurou as chuteiras.

Mas ele não conseguiria ficar longe de sua casa, sempre ajudando quando solicitado, servindo até de segurança em baile de carnaval do clube. Em São Januário sempre foi um vascaíno nato, vibrante e dedicado.

Alfredo Segundo, uma jóia rara, uma glória.

Nome: Alfredo Ramos dos Santos
Nascimento: 01/01/1920 - Rio de Janeiro/RJ
Falecimento: Desconhecido

Posição: Centro Médio, Lateral, Médio e Atacante
Características: Versatilidade e raça
Período: 1939 a 1956

Principais Títulos
Campeonato Carioca - 1945/47/49/50/52
Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer: 1953

Fonte: http://www.semprevasco.com/

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