13 fevereiro 2011

Entrevista Exclusiva com Souza, ex-volante do Vasco

Por: Carlos Gregório Júnior (twitter: @CarlosGregJr)

Ele foi um dos bons jogadores revelados pelo Vasco nos últimos anos, mas assim como seus amigos Alan Kardec e Alex Teixeira, deixou o clube muito cedo e hoje tenta a sorte no futebol europeu, mais precisamente no FC Porto-POR.

Vascaíno assumido, o volante Souza viu de perto, sem poder fazer nada, o Gigante da Colina ser rebaixado para a Série B. Competição na qual, em 2009, ele brilhou e ajudou a equipe cruzmaltina a conquistar, carimbando o retorno para a Série A.

Em 2010, após bom início de ano, o jogador despertou o interesse do Porto, que na janela do meio do ano pagou o pedido pelo Vasco e levou o atleta. Hoje em Portugal, o ex-camisa 14 nos revelou em entrevista exclusiva que não esquece o Gigante da Colina e sempre está informado sobre a situação do clube que o projetou internacionalmente. Além de fazer juras de amor ao Vasco, Souza nos contou seus projetos para o futuro e como está sendo a experiência no futebol europeu.

Confira abaixo a entrevista concedida por Souza no dia 06 de fevereiro com exclusividade para o Blog O Sentimento Não Para:

Você se transferiu para o FC Porto na metade do ano de 2010. Como está sendo sua adaptação ao clube português? O fato de o idioma ser o mesmo ajuda nesse aspecto?

A minha adaptação tem sido muito boa. Como foi citado, por ser a mesma língua ajuda e muito, pois em todo lugar nunca me sinto excluído. Dentro de campo, essa adaptação tem crescido cada vez mais também, apesar de ainda não ter me adaptado por completo.

O FC do Porto é um dos grandes clubes de futebol europeu, pois acumula inúmeras conquistas ao longo das décadas. Foi ele, inclusive, o último clube português campeão da Liga dos Campeões. Sabendo de toda essa história, poderíamos dizer que você realizou parte de um sonho ao deixar o Vasco para jogar na equipe portista?

Sim, parte do meu sonho foi realizado. O primeiro deles foi me profissionalizar pelo Vasco, ser campeão, mesmo que tenho sido pela Série B, e chegar a seleção pelo Vasco. Aqui na Europa, tenho vários objetivos; o primeiro é ser campeão português, depois disputar Champions League e, em 2012, jogar as Olimpíadas de Londres para começar a fazer uma carreira na seleção.

O futebol português é parecido com o brasileiro? Quais as maiores dificuldades que você vem tendo até então?

Não é parecido, pois é muito rápido. A minha primeira dificuldade foi pensar rápido em um curto espaço de tempo. O meio-campo aqui é sempre com muita gente, além disso o fato dos campos serem molhados dificulta mais ainda.

Tem acompanhado o Vasco aí de Portugal? Se sim, como você está vendo a atual fase do Gigante da Colina?

Tenho acompanhado tudo que é site que fala do Vasco. Estou como todos os torcedores vascaínos, muito triste. Hoje sou mais um torcedor que sofre com essa situação, mas como jogador também sei das qualidades de todos os jogares que estão no elenco. Sei que essa fase vai passar e a torcida vascaína vai voltar a ser feliz e se orgulhar do time do Vasco.

Você tem muitos anos de Vasco e é um dos poucos que pode abrir a boca para dizer que conhece o clube, que viveu intensamente o ambiente do clube. Para você, o que representa o Vasco?

O Vasco, apesar de muito tempo não ganhar um título expressivo, tem um reconhecimento mundial por tudo que fez e pelo que ainda irá fazer. Particularmente para mim, depois de Deus e da família, é o Vasco, pois me ajudou a ser reconhecido, me ajudou a ser quem eu sou. Aprendi muita coisa nos 12 anos que estive dentro daquele estádio, morando na concentração. Vi todas as gerações do Vasco, das campeãs até a rebaixada, e sei que o Vasco acima de tudo tem uma historia de dar inveja.

Ao longo de toda sua trajetória no Vasco, qual foi a partida que mais marcou para o lado positivo e qual foi a partida que mais marcou para o lado negativo?

Pelo lado positivo, sem dúvidas, foi contra o Botafogo, naquele 6 a 0, pois apesar de não ter feito gols, dei passes, fiz uma partida brilhante. Entre outros jogos, o da Ponte Preta aonde eu vinha de uma contusão e, depois de quase um ano, voltei a jogar na Série B, aonde o Vasco vinha de seis empates, e naquele jogo fiz uma bela partida e sofri um pênalti. O lado negativo foi contra o São Paulo, em 2008, quando fraturei meu pé e por conta disso tive que ver o Vasco ser rebaixado sem poder fazer nada.

Muitos torcedores vascaínos acham que você deixou o clube muito cedo. O que você pensa a respeito disso? Aproveitando, nos fale sobre seus projetos para o futuro. Pensas em voltar ao Vasco um dia? Sonha com Seleção Brasileira?

Eu acho que sai na hora certa, pois a vida nos dar oportunidades e temos que aproveitar. Em nossas vidas temos metas e um sonho era sair do Vasco bem e para um clube reconhecido mundialmente e consegui. Tenho agora o sonho de disputar uma Olimpíada e uma Copa do Mundo, vou trabalhar pra isso. Sonho também em voltar ao Vasco, pois foi o clube que me projetou. Espero um dia poder voltar e passar um pouco da minha experiência para os meus amigos de clube. Não penso em voltar muito tarde, pois quero ter vigor físico e dar tudo pelo Vasco. Então, para isso preciso o mais rápido possível realizar meus sonhos aqui no Porto, que são muitos. Sei que vou consegui, pois o FC Porto é um clube com uma estrutura fantástica.

Seus amigos Allan Kardec, Bruno Gallo e Phillipe Coutinho, assim como você, saíram do Vasco muito cedo, mas nem por isso você perdeu contato com eles. Dois desses moram em Portugal e o outro na Itália. É fácil de encontrá-los no dia-a-dia? Como é sua relação com eles?

Essa semana tive folga de dois dias e fui a Itália, na casa do Coutinho. Fui também varias vezes a casa do Kardec e o Bruno Gallo encontrei ele aqui quando jogamos contra, mas sempre nos falamos pelo MSN. O contato realmente é difícil, pois até para falar com Alan, por exemplo, é difícil porque moro a três horas dele, indo de carro. Então, sempre que posso tenho uma folga procuro conhecer os lugares e visitar meus amigos. Ainda não pude visitar o Alex Teixeira, mas pretendo dar uma ida lá quando puder.

A torcida vascaína anda desacreditada e não tem lotado o estádio de São Januário como de costume. O que você diria para ela?

Eu diria que eles têm toda a razão de estarem chateados com a campanha do clube, pois eu também estou. Como jogador, vivenciei isso e posso dizer a ela (torcida) que com estádios vazios e vaias eles não estão ajudando nem um pouco o elenco vascaíno. Eu me arrepiava sempre que via São Januario e o Maracanã cheio. Ver a torcida vascaína apoiando, dar um incentivo a mais e os jogadores tiram forças de onde não tem .

Podemos dizer que o corpo do Souza está em Portugal, mas o coração está no Rio de Janeiro, mas precisamente em São Januário?

O que eu posso dizer é que hoje estou aqui em Portugal e sempre que posso represento o FC Porto com todo meu coração, mas sem dúvidas acompanho o Vasco e tenho um carinho totalmente diferenciado por esse clube, que me deu a oportunidade de mostrar meu potencial ao mundo.

Por fim, deixe uma mensagem para os nossos leitores.

Queria agradecer o carinho de todos os vascaínos pela minha pessoa. Enquanto estive no Vasco muita vezes joguei bem, muita vezes joguei mal, mas sempre tentei dar o meu melhor para honrar esse clube. Tenho muita vontade de um dia voltar e poder ganhar títulos expressivos pelo Vasco. Hoje, tenho minha cabeça voltada a Europa, especialmente o FC Porto, que como já disse que tem uma estrutura muito boa e que me da condições de alcançar todos meus objetivos. Agradeço também a todos os vascaínos que deixam mensagens em minha pagina do Face book. Muito Obrigado!


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