Torcedor não é palhaço!

Saudações, amigos leitores!

Depois de um tempo sem matérias minhas no blog, devido ao desânimo causado pela vergonha nos pênaltis contra a mulambada, eis que venho aqui novamente pois a esperança e a persistência devem prevalecer para termos nossos objetivos alcançados.

E sinceramente não tenho algo bom a relatar. Como todo bom vascaíno fui ao jogo da última quinta-feira, ás 19:30 hras, pensando em me divertir, distrair minha cabeça e apoiar o nosso vascão para a classificação na semi-final. Mas amigos, infelizmente não foi o que ocorreu. Somente consegui entrar no estádio aos 10 min do segundo tempo, isso porque comprei meu ingresso pela internet na terça-feira, além de ser sócio proprietário do clube.

Apesar de ter chegado em São Januário bem na hora do jogo, não justifica o ocorrido no acesso ao estádio, principalmente porque houve uma total falta de organização do evento, por parte do clube e descaso de seus funcionários. A falta de organização, já é conhecida há um bom tempo para quem frequenta São Januário em dia de jogos, porém desta vez chegou ao cúmulo do absurdo. As filas formadas na entrada do acesso as arquibancadas retas, tinham filas grandes como de costume e como sempre o pessoal tentando furar filas, criando mais filas do lado, quando vimos já estava tomando até a rua onde o acesso ao estádio está localizado. O empura daqui e empurra de lá, já conhecido pelos torcedores agravou ainda mais a situação, que estava fora de controle. Até que chegamos ao ápice do ocorrido: Um policial bem na minha frente, ao tentar fechar um dos quatro portões de pouco mais de 40 cm de largura, estava disputando força com o torcedor que tentava não deixar o portão ser fechado, utilizou um gás de pimenta em spray bem nos olhos de uma criança com mais ou menos 3 anos de idade, que estava no colo do pai atrás do homem que tentava, sem sucesso impedir o fechamento do portão. Para quem como eu, está acostumado a enfrentar esse gás, é uma coisa. Agora uma criança de 3 anos, que mal aprendeu a falar lidar com esse tipo de gás, deve ser algo terrível, sendo possível causar até um trauma na criança. Fora uma mulher que estava ao lado da criança e também levou o gás de pimenta no rosto. Nada justifica a utilização do gás de pimenta, por aquele policial somente para fechar o portão. Até porque os outros 3 portões tinham sido fechados sem a utilização desse gás, o que torna mais palhaça ainda a atitude do policial, mostrando que está totalmente despreparado para este tipo de serviço.

Quanto a organização do lado de fora, um policial de óculos que agora não me recordo do seu nome na farda, tentou organizar a situação do lado de fora, mandou o pessoal levantar os ingressos por diversas vezes e sempre com todos ali, tendo ingressos na mão. Após o fechamento dos portões a confusão ficou ainda mais intolerante, pois 4 policiais vieram montados a cavalos e ficaram bem no meio das pessoas, SEM NECESSIDADE alguma, podendo causar até um acidente. Pois um dos cavalos poderiam perfeitamente se assustarem com algo e darem um coice, com a possibilidade de acertarem alguém. Outra demonstração de total despreparo de nossos policiais na cidade, que espero que sejam corrigidos para não passarmos vergonha na Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Logo após o pedido do policial, eu e mais alguns torcedores tentamos organizar a situação, pedindo para as pessoas não baterem nos portões, que a esta altura já estavam fechados há mais de 30 minutos. As pessoas ficaram ao lado da grade colocada por este policial e NINGUÉM, absolutamente ninguém estava brigando ou tendo alguma confusão. Nisso começamos a cobrar a abertura dos portões, pois não haviam motivos para estarem fechados ainda. Aí amigos, começaram o impasse e a falta de informações por parte dos funcionários do clube, também por parte da polícia militar. Pedimos aos funcionários lá dentro, para abrirem os portões pois não havia mais confusão e o que os mesmos faziam? Diziam "Vai abrir" ou "Já vai" e simplesmente soltavam RISADAS após as nossas inúmeras reclamações. NENHUM FUNCIONÁRIO DO CLUBE, FOI CAPAZ SEQUER DE VIR ATÉ NÓS E EXPLICAR O MOTIVO DOS PORTÕES ESTAREM FECHADOS, ALÉM DE NOS PROPORCIONAR QUALQUER SOLUÇÃO QUE FOSSE. E o descaso dos funcionários foi maior: Logo após escutarmos as risadas o que provocou a ira de um rapaz a quem fiz amizade depois, chamado Fred que indagou os policiais dizendo que NÃO PODERÍAMOS FICAR ALI EM PÉ PARADOS, ASSIM COMO ELES EM PÉ ESPERANDO ALGO CAIR DO CÉU, pois alguém teria que tomar uma atitude e dar uma solução ao impasse criado pela TOTAL DESORGANIZAÇÃO DO CLUBE na realização do evento, vimos os funcionários saindo com mochilas nas costas pelo portão ao lado. Ora vejam só, QUE ABSURDO ACABAMOS DE PRESENCIAR! A confusão armada e os funcionários, simplesmente se abstendo de suas obrigações, que é justamente a organização da partida! Após este lamentável episódio, os policiais nos disseram que o coronel havia ido lá dentro tentar saber a possibilidade da abertura dos portões. E enquanto isso continuamos aguardando. A esta altura, o jogo já estava no intervalo. Muitos torcedores haviam ido embora com INGRESSO NA MÃO, o que é algo INADMISSÍVEL pois se o torcedor comprou ingresso, ele tem TOTAL DIREITO de entrar no estádio, não importa se o jogo tenha começado ou não, é direito do torcedor ou então o clube deveria ser obrigado a devolver o dinheiro dos torcedores que compraram ingresso e não entraram no estádio. E acreditem, nós perguntamos isso a um dos funcionários do clube e sabem o que nos responderam? Que deveríamos ir até o Jecrim, registrar o Boletim de Ocorrência e entrarmos na justiça contra o clube para a restituição dos valores pagos no ingresso, pois nenhum dinheiro seria devolvido. Ora, ISSO É UM ABSURDO de ser dito por um funcionário do clube, incitando um torcedor a entrar com mais uma ação na justiça contra o clube, quando na verdade o mesmo deveria tentar apaziguar a situação e encontrar a solução mais pacífica possível. Superlotação do estádio não houve, pois São Januário sempre teve capacidade para pelo menos 40 mil pessoas e não foram colocadas cadeiras nas arquibancadas para a diminuição da capacidade do estádio, que hoje foi restringida a quase pela metade do total de sua capacidade. Muitos aqui virão com história, alegar que foi aberta a área premium do estádio por causa da lotação, mas isto somente foi feito para as sociais não ficarem com pessoas em pé e também aquele setor nem chegou a lotar, sobrando diversos espaços vazios nos cantos. E o próprio estádio lá dentro estava fácil de transitar, não havia tanta gente assim lá dentro ao ponto de obrigar o fechamento dos portões. E se o estádio estivesse com lotação máxima, porque então as pessoas estariam com ingressos na mão? Se venderam ingressos, é porque ainda está dentro da capacidade do estádio.

No final, sobraram mais ou menos 15 pessoas do lado de fora na entrada da arquibancada reta, todos com ingressos na mão e fomos cobrar novamente aos policiais uma solução para o caso e obtivemos a seguinte reposta: Que não era obrigação deles a organização do evento, pois cabia ao clube a decisão de abrir ou fechar os portões, já que os policiais tem a função de utilização da força, como gás de pimenta, cavalaria e cacetétes. A pergunta é bem simples: Eles estão errados? Mas é claro que não! Pois não cabe aos policiais a responsabilidade pela organização de qualquer evento que não seja de ordem pública, que não foi o caso de quinta-feira já que o estádio é propriedade particular do clube. Inclusive podemos citar que lá na Europa os eventos são organizados por funcionários do clube e guardas municipais. EM MOMENTO ALGUM é utilizada a polícia militar do país para a organização de uma partida. Somente no Brasil isto é feito e talvez na Argentina também seja.

Além de passarmos por toda essa humilhação, ainda tivemos que aturar um funcionário do clube em que perguntamos através do portão se iriam ou não abrirem os portões, dizer que a polícia não dava garantias. Indagamos os policiais sobre isso, que nos disseram que não houve esse argumento por parte da polícia. Mais uma falha de organização por parte do clube. No final, um dos que estavam tentando organizar a situação, Fred me disse que estavam com os portões abertos na arquibancada curva. Como percebi que ninguém iria tomar nenhuma atitude e resolver nada no acesso a arquibancada reta, me dirigi aos portões da arquibancada curva e chegando lá, observei o mesmo tipo de confusão: Torcedores discutindo com os policiais a abertura dos portões. E eis que novamente os funcionários do clube mostram o TOTAL DESPREPARO e má vontade para resolverem a situação da melhor maneira possível e abrem dois dos 4 portões de acesso, SEM AVISAR aos torcedores que isto seria feito. Obviamente vocês devem imaginar o que ocorreu. Alguns torcedores começaram a gritar avisando que os portões haviam sido abertos e gerou nova confusão, já prevista por mim naquele momento. Aí começaram o empurra daqui e de lá, pais com crianças no meio daquela confusão com pouco mais de 30 pessoas e percebi que isso iria acabar resultando numa briga se ninguém tomasse uma atitude. Então comecei a gritar pedindo calma ao pessoal, dizendo para entrarmos com calma pois senão iriam fechar os portões novamente. Fiz isso várias vezes, até que o pessoal se acalmou e entraram de certa forma organizada, até abriram os outros 2 portões. Sendo que eu, fui um dos últimos a entrar, pois esperei para não deixar nenhuma confusão ocorresse. Sinceramente, isso não é função minha, isso é de total responsabilidade dos funcionários do clube. NÃO SOU PAGO PARA ISSO, ELES SÃO! Além disso, ainda sou SÓCIO PROPRIETÁRIO do clube e não pago minha mensalidade todo mês para ser humilhado desta maneira como fui na quinta-feira em São Januário e olha que tenho experiência em jogos no estádio, além de frequentar São Januário em dia de jogos há mais de 10 anos, sendo que jamais passei por um episódio como esse.

Entrei no estádio já haviam 10 minutos do segundo tempo. Nem quando tivemos uma grande confusão no jogo Vasco 2 a 0 Sport pela semi finais de 2008 quando também cheguei em cima da hora, entrei neste horário. Naquela vez, entrei aos 20 minutos do primeiro tempo. Além disso, sempre tivemos o seguinte esquema: Primeiro entra uma leva de torcedores, fecham os portões. Ao terminarem de passar, se abrem os portões novamente para uma nova leva de torcedores. Sempre foi feito asssim em São Januário e dessa vez chegaram ao abuso de poder, humilhação dos torcedores que foram FEITOS DE VERDADEIROS PALHAÇOS por funcionários do clube e UMA TOTAL FALTA DE ORGANIZAÇÃO por parte da diretoria para a entrada da torcida no estádio. Nos dois acessos, tanto arquibancada curva quanto arquibancada curva e sociais, NÃO HAVIA UM FUNCIONÁRIO SEQUER do clube organizando ou dando informações aos torcedores que estavam aguardando para entrarem no estádio.

Uma coisa é fato, se o torcedor pagou o ingresso tem total direito de entrar no estádio, não importa a hora que seja, mas é direito do torcedor entrar para assistir a partida. Afinal, o ingresso foi pago e clube teoricamente, ficou com o dinheiro da entrada. Não há justificativa para perdoar o que ocorreu em São Januário na última quinta-feira! Somente existem duas soluções possíveis para isso: O torcedor entra no estádio ou a devolução do dinheiro pago pelo ingresso.

Não há outra solução para este caso. Podem ter certeza de que isso será levado por mim e mais alguns amigos a diretoria do clube, pois foi INADMISSÍVEL a forma como fomos tratados pelos funcionários do clube, justamente a TORCIDA que é o maior patrimônio do Vasco que deveríamos ter no mínimo um tratamento de ser humano, pois o que fizeram no último jogo não se faz nem com o cachorro da rua.

Mas como sempre no Brasil é assim, AQUI VOCÊ É O PALHAÇO!

Saudações Vascaínas de um sócio revoltado.

Abraços,

Marcio Cesar

E-mail: marciodreux@bol.com.br