05 fevereiro 2009

TEMPO : NOVA ERA ! Novos Pensamentos !


... e quando os mares parecem revoltos, e quando os velhos ventos do medo e da descrença parecem soprar a caravela, e quando os temerosos monstros da desconfiança e da desistência parecem se insurgir contra o Almirante, a nau se ergue no oceano da turbulência e reacende a esperança: o Vasco da Gama é um forte! A vitória e a virada na noite desta quinta-feira serviram para mostrar alguns pontos relevantes nesse Novo Vasco que se apresenta. O primeiro deles é que Dorival Junior é, de fato, um treinador. O segundo é que o elenco do Vasco não é mais aquela colcha de retalhos do ano passado, mas uma equipe constituída por peças que esse treinador conhece e sabe como pode e deve usar. Deve ser por isso que, após um começo de jogo tão vacilante, Dorival fez as mexidas certas e transformou o jogo em outra coisa no segundo tempo. Não obstante a fragilidade do adversário, ficou claro que o Vasco se organizou e buscou a vitória alcançada. A mudança de atitude foi claramente uma mudança tática, decorrente das substituições, não aconteceu por uma questão de “motivação” ou berro de falso profeta da auto-ajuda na beira do gramado. Essa será, muito provavelmente, a nova tendência do futebol no Brasil. Com a saída dos melhores jogadores para o futebol europeu e a crise econômica impedindo cada vez mais até mesmo a aquisição dos chamados craques medianos, teremos certamente uma releitura do papel do treinador no futebol.

Ele deixará de ser um organizador de jogadas para que seu elenco as execute e passará a ser um estrategista, um elemento que não apenas escala e organiza os jogadores para comporem um time, mas também o planejador da temporada e de cada aquisição do clube. Esse modelo está sendo implantado agora no Vasco, e deve ser essa a razão da diretoria ter reestruturado toda a gerência de seu futebol, com vistas à modernização. Atrevo-me a dizer que o Vasco é o primeiro clube do Rio a lançar esse tipo de ação. Teve suas razões para isso, visto que havia tumores malignos a serem extirpados após o rebaixamento. A “lavagem” do elenco, que eu sempre defendi, fez-se necessária, e a reposição das peças aconteceu somente após a contratação de um treinador que pudesse acompanhar passo a passo a seleção de nomes e a estruturação de uma equipe que lhe pudesse dar condições de armar um time com o mínimo de competitividade. É claro que o craque é fundamental, mas ter os jogadores certos na posição certa é ponto de desequilíbrio, visto que o time ganha força no conjunto, não apenas na inspiração subjetiva do craque. O time do Vasco, no que pese a ausência de nomes tão badalados ou de tamanho peso, é acertado em todas as suas posições.

A prova de que esse equilíbrio existe é que, mesmo sem termos um centroavante imponente, temos o melhor ataque da competição. A produtividade não tem eliminado o bom futebol, e vêem-se as boas jogadas e o espaço para o drible e o talento. Ou seja, também não é aquele futebolzinho rudimentar e tosco que briga pra ganhar mas é “anti-show”. Não é aquele futebol rude que se diz “competitivo” e manda quem quer ver show ir ver a Ivete Sangalo, como apregoou um infeliz ano passado. Não, não é isso, não. Dorival abre espaço para os jogadores mostrarem sua habilidade, e pode fazer isso com facilidade porque cada jogador ali passou por seu crivo, e 90% ou mais foram indicados por ele. Nisso a gente vê a diferença de um treinador que tem consciência para os falsos treineiros que empurram seus subprodutos para os times que dirigem, ou fazem suas panelas de amiguinhos e montam sua peixada espinhosa para a torcida engolir.

O time que foi rebaixado tinha vários “medalhões” e deu no que deu. Alguns deles estão em desgraça no cemitério tricolor que sempre os acolhe. Vemos, por exemplo, que Leandro Amaral repete a decadência de Alex Dias, embora vítima do mesmo aliciamento. Leandro Bonfim fez um gol lá e não vai fazer mais nada nunca mais, Conca continua rodando em torno dele mesmo e não ganha nada. Edmundo, que até podia encerrar a carreira com festa de ídolo, anda por aí catando rebarbas no Figueirense. Enquanto isso, o Vasco vai levantando com bons laterais, com a ascensão (já era em tempo) de Alex Teixeira e sobretudo com Nilton, que parece, a cada dia, mais adequado à camisa do Vasco e à paixão da torcida. A nova era de treinadores estrategistas pode estar começando no Vasco de 2009. Não estou dizendo que o time é perfeito, nem que é uma maravilha. Aliás, ninguém pode falar nada sobre resultados ou conquistas, porque isso é muito vago e pitonisa não trabalha com coluna de futebol nem em arquibancada. Mas que o trabalho aponta caminhos e mostra seriedade, isso parece bastante claro. JUIZ EXCELENTE: COISA RARA Diz a Bíblia: “A quem honra, honra”. Pois honre-se o nome de Felipe Gomes da Silva. O excelente juiz do jogo de ontem não errou uma vez sequer: marcou com precisão todos os lances, não se abalou com pressões, mostrou técnica e preparo físico, além de imparcialidade. Nota dez para Felipe, que não é famoso nem está na FIFA, mas cumpriu ontem uma atuação muito acima da média deprimente de seus congêneres. O que deve ser louvado, sobretudo, por se tratar de um campeonato que parece ter alguém muito interessado em comprar de novo...
APOIADO!

Assumo deliberadamente a mesma postura dos companheiros de trabalho Vitor Roma e Anderson Firmino de nem sequer polemizar sobre o "Vasco de Fulano" e o "Vasco de Sicrano". O Vasco não é de ninguém: a legenda histórica pertence a si mesma, e seu coração pertence a todos nós! Já tivemos desgraceira e brutalidade suficientes no nefasto 2008 para sepultar esse discurso e enterrar essa pasmaceira. Essa bobeira de dosar os comentários de acordo com o resultado de um jogo (tipo "perdeu por culpa do presidente fulano", "ganhou por culpa do presidente sicrano") encheu o saco. É um direito: não vou falar mais sobre isso. Acabou. Vou cobrar um Vasco melhor, só isso, e ponto final. Sem revanchismos nem retaliações. O Vasco é o que é, é o clube que está aí, e a contenda política fica para quem tem que resolvê-la, não para quem está interessado em torcer, em amar, em bradar, em viver a paixão e o amor pelo clube no ano mais difícil e desafiador de sua gloriosa e rica história. Ninguém tá querendo fazer fotinho de adversários abraçados: que fique bem claro que a idéia é discutir o Vasco, e não ficar fomentando quizumba e rivalidade entre grupos daqui e dali. Não tenho grupo: tenho time, tenho VASCO!

A nova lei será essa: no que depender de mim, quem quiser lançar petardo vai ficar a pé, comendo poeira na estrada, brigando e falando sozinho. Eu prometo dar um tchauzinho pelo retrovisor...
FALA SÉRIO... Pergunto eu: um país que é um mar de corrupção, de políticos mesquinhos, de insegurança pública instituída e generalizada, de faturas superfaturadas e um abismo de lucro escuso em obras faraônicas, clubes falidos... será que um país desse tipo, com essa penca de problemas, merece ser sede de Copa do Mundo... só para atender os anseios de um povo que se diz "apaixonado pelo futebol"? Tome politicália e manobra de massas... isso é muita enganação!!! O povo continua sem dente, com fome, mas vai aparecer sorrindo nos estádios, vendendo tudo para comprar ingresso caríssimo da Copa.

Como são cruéis e asquerosos esses nossos políticos... "O QUE É" UM MURICY? É uma pena que o futebol, apesar de todos os apelos da FIFA para combater o antijogo, tenha tanta condescendência com treinadores grosseiros, chulos, mal educados. Desde as bravatas do Zagalo, que tratava a imprensa como "engolidora de facas", até Felipão, com seus atos toscos, e Dunga, distribuindo respostas agressivas nas coletivas, sempre se percebe uma tentativa besta dos jornalistas de transformar essa brutalidade em folclore ou mito. Ridículo! Pior ainda é Muricy.

Se dentro de campo, dirigindo um clube com uma estrutura que provavelmente facilitaria o trabalho de qualquer treinador pouco brilhante e fartamente auxiliado por clamorosos erros de arbitragem o ano inteiro, o sujeito consegue destaque, sua revolta e mau humor após os jogos são absurdos. A pajelança declarada que viraram as salas de imprensa dos clubes, amontoando cabeças em espaços minúsculos (a do Vasco, por exemplo, é mais claustrofóbica que o quarto punk do Big Brother) para dar visibilidade às logomarcas dos patrocinadores, parece deixar os sujeitos irritados. Tadinhos... ganham tão pouco para aturarem a imprensa... só gostam quando ela os promove. Eles escolhem, eles mandam, eles determinam o que deve e o que não deve ser dito.

Por que será que as editorias se dão ao luxo de tolerar ataques de caspa e de perereca desses sujeitos muito mal educados, a despeito do alto salário e do nível humano e de sociabilidade que deveriam proprocionar mais fineza e educação? Por mais que a grosseria dessa gente(?) nos incomode, atrevo-me a dizer: bem feito para os subservientes que, à cata de notícias, endeusam esses monstros como se fossem seres olimpianos! Infelizmente as pessoas ainda acham que os "vencedores" podem tudo, e instituímos essa burrice corporativa dos treinadores estúpidos como se fosse "normal", "natural".

Eles parecem acima da média e acima da mídia, mas ainda não aprenderam a lição preliminar que diferencia um ser humano do século XXI de uma besta jurássica da idade da pedra!

Por: Hélio Ricardo, colunista do Supervasco


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