21 março 2009

Almir Pernambuquinho

Em pé: Carlos Alberto, Ortunho, Belini, Écio, Orlando e Coronel.
Agachados: Sabará, Almir, Wilson Moreira, Rubens e Pinga.


Nascido no dia 28 de outubro de 1937 em Recife/PE, Almir Morais de Albuquerque começou a jogar futebol profissionalmente, vestindo a camisa do Sport Clube Recife, em 1956, aos 19 anos. Foi rubro-negra a primeira camisa de Almir.Ainda no Sport, onde deu seus primeiros passos e Almir sagrou-se "campeão do centenário" na categoria juvenil, em 1955. Não demorou muito para chamar a atenção dos dirigentes do Vasco da Gama, que previram para aquele rapaz o mesmo sucesso que obtiveram outros rubro-negros na equipe vascaína, como Ademir e Vavá. De fato, Almir foi um sucesso ao ser lancado na equipe principal durante o campeonato carioca de 57, do qual foi considerado a revelação, e foi figura fundamental nos titulos do torneio Rio-São Paulo e do campeonato carioca de 58. Sua raça, valentia e espírito de luta eram contagiantes e empolgavam a torcida, e seus dotes técnicos nao ficavam atrás.

Caso Pelé não tivesse se recuperado a tempo de uma contusão para a Copa de 58, Almir era o jogador mais cotado para ser convocado para a sua vaga. Porém, no ano seguinte, Almir foi convocado para a selecao que disputou o Campeonato Sul-Americano em Buenos Aires. Foi quando começou a adquirir o rotulo de brigão e violento. Primeiro, foi o pivo de um enorme sururu no jogo Brasil 3x1 Uruguai, no Sul-Americano. Cinco meses depois, numa partida contra o América, houve um lance de bola dividida com o jogador Helio, que saiu com a perna fraturada e nunca mais voltou a jogar. Apesar disso, a categoria de Almir era incontestável, chegando inclusive a ser denominado "Pelé Branco". Finalmente, no inicio de 60, o Vasco teve que o liberar mediante uma proposta irrecusavel por parte do Corinthians.

Foi com a camisa do Vasco da Gama que Almir começou a arrumar confusões dentro e fora de campo – mais dentro do que fora – permitindo aflorar uma antipatia dos companheiros jogadores dos times adversários e das torcidas. Passou a ser visto como marginal do futebol, pelas confusões que criava – se bem que sempre as enfrentou de frente, independente do tamanho ou da quantidade de adversários.Há quem afirme que Almir foi o mais controvertido jogador profissional da sua época. O próprio Almir num relato exclusivo ao livro “Eu e o Futebol”, publicado em 1973 pelos editores da revista Placar, garantiu que se drogava antes e depois dos jogos e nas noitadas. Afirmou que não era o único que fazia isso – embora não tenha apontado mais ninguém – e que isso no meio futebolístico era rotineiro.
Crédito: www.desenvolvimentomiltonneves.com.br

Numa passagem do livro, Almir afirmou, com ares de orgulho e destemor: “Quebrei a perna do Hélio, do América. Briguei com o time inteiro do Bangu na decisão do Campeonato Carioca de 1966. Paralisei o Milan num jogo em que o Santos se sagrou bicampeão mundial: dei um chega-pra-lá no Amarildo e chutei a cabeça do goleiro Balzarini. Agredi jogadores de outros times, briguei com tantos que até perdi a conta. Eu fui um marginal do futebol.”

Por conta desse seu temperamento, Almir Morais de Albuquerque, no dia 6 de fevereiro de 1973, no Rio de Janeiro, foi assassinado com um tiro na nuca, quando estava num bar em Copacabana.
Mas Almir Albuquerque, também conhecido como “Pernambuquinho”, não era apenas um marginal. Jogador de enorme talento técnico, que tomava para si a responsabilidade de decidir títulos pelos times que jogava.

Nos anos de 1961 e 1962 Almir foi jogador contratado do Boca Juniors, da Argentina, onde também criou alguns problemas e foi negociado no início de 1962 ao Genoa, da Itália. Do Genoa Almir foi contratado pelo Santos, defendendo as cores do alvinegro santista nos anos de 1963 e 1964. No time de Pelé, o Pernambuquinho esteve em excelente forma e ajudou a conquistar os título de bicampeão da Taça Brasil em 63 e 64; paulista em 1964; Libertadores em 1963 e, finalmente, mundial interclubes em 1963.
Em 1965 Almir refez as pazes com as cores rubro-negras e ingressou no Flamengo, onde permaneceu até 1967. Da Gávea, transferiu-se para Campos Sales, onde defendeu a camisa do América no ano de 1968 onde encerrou a carreira.

Clubes
1956-1957: Sport do Recife-PE
1957-1960: Vasco da Gama-RJ
1960-1961: Corinthians-SP
1961-1962: Boca Juniors - Argentina
1962: Genoa - Itália
1963-1964: Santos FC-SP
1965-1967: Flamengo-RJ
1967: America-RJ

Títulos por equipe
Supercampeonato Carioca: 1958
Campeão do Torneio Rio-São Paulo
Copa Roca: 1960
Copa Atlântica: 1960
Campeonato Argentino: 1962
Copa Brasil: 1963, 1964
Copa Libertadores: 1963
Copa Intercontinental: 1963
Torneio Rio - São Paulo: 1963, 1964
Campeonato Paulista: 1964
Campeonato Carioca: 1965

Fontes
www.sambafoot.com.br
www.sovascodagama.blogspot.com
http://www.meusport.com/

Um comentário:

  1. Gostaria de saber se alguém tem o número de gols que o Almir Pernambuquinho fez em toda a carreira. Estou fazendo uma pesquisa sobre os grandes jogadores do futebol brasileiro. De concreto só encontrei cinco gols que ele fez pelo Corinthians. Imagino que ele tenha feito mais de 100 gols. Quem puder me ajudar eu agradeço. O meu e-mail é jmdressler@uol.com.br

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