14 junho 2009

Os perseguidos

Por: Lédio Carmona
Comentarista do Sportv

O futebol imita a vida. É sórdido, na maioria das vezes injusto e adora carimbar rótulo na cara dos outros. Na sociedade da bola, não há perdão. Se você errou uma vez, para alguns sempre falhará. Até porque é mais fácil pôr um selo na testa de alguém do que tentar fazer algo melhor para consertá-lo. Isso quando não se usa o “infrator” para encobrir os próprios erros ou para se aproveitar dele como “escada”, ou seja, pede-se emprestado a fama de alguém para viver cinco minutos de glória medíocre e pré-fabricada.

Kleber, atacante do Cruzeiro, e Carlos Alberto, meia do Vasco, são dois exemplos. Jamais foram santos, muito pelo contrário, eu mesmo já os critiquei muito aqui, no SporTV e no Extra. Mas também não podem servir de muletas para todos os problemas que acontecem num campo de futebol. Se chove, a culpa é de Carlos Alberto. Se a grama é ruim, foi o Kleber quem estragou. E mais ninguém leva o ônus.

Kleber é o melhor atacante do Cruzeiro e um dos melhores jogadores do país nesses seis meses de temporada. Mas, talvez pela fama e pela competência, já foi expulso quatro vezes em 2009. Praticamente um cartão vermelho por mês. Dois no Estadual e dois na Libertadores. Será que ele fez tanta coisa para ter esse currículo? Claro que não. Vacilar ele pode ter vacilado, mas o número é exagerado. Os árbitros o pegam para Cristo como forma de aparecer, se auto-valorizar e, ao mesmo, mostrar serviço para o chefe punindo uma estrela que, aos olhos de muitos, não tem defesa.

Carlos Alberto colhe o que plantou. Se espirra, leva amarelo. Se espirra e faz “ai”, ganha vermelho. Virou lugar-comum culpar o meia. Ganhou fama de indisciplinado e vive na berlinda dos gênios do apito, essa classe unida que nunca errra, sempre é vítima e nunca leva o amarelo ou o vermelho.

Hoje, contra o Guarani, Carlos Alberto foi expulso no fim do primeiro tempo. Não vi o lance (estou na África do Sul), mas o texto do Globo.Esporte.com garante que foi um absurdo. Mas o “dono do espetáculo” achou que não. E tascou vermelho em Carlos Alberto. Que já levou 14 amarelos em 2009. E, com isso, o Vasco teve que se defender contra o bom time do Guarani e segurar o 0 a 0, que o mantém na quarta-colocação da Série B - Guarani (1º), Brasiliense (2º) e Ponte Preta (3º).

Repito: Carlos Alberto e Kleber não são vítimas. Mas também não são monstros calçados com chuteiras. Muito mais deformado é o nível da arbitragem no Brasil, que prefere punir o óbvio e viver de lugar-comum ao invés de fazer fama com brilho próprio

Um comentário:

  1. é preseguição mesmo. O kleber sofre mais de mil faltas por jogo e nenhum dos marcadores dele recebem amarelo, agora se ele for fazer uma leva amarelo, mesma coisa é o carlos

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