30 outubro 2011

A volta do camisa 9


O time do Vasco não tinha um homem gol, um camisa 9 no início do ano. Esse lugar era ocupado pelo pavoroso Marcel que insistia em passar mais da metade do jogo brigando com a bola. O time da Colina fazia uma boa campanha, mas o presidente do time Cruzamltino sabia da necessidade de um homem gol. O atacante que encabeçava a lista era Alecssandro que na época estava no Internacional. Ele queria sair, o Colorado não fazia a menor questão de continuar com o jogador. Depois de muito tempo de espera, uma série de conversas, reuniões e muita paciência o Vasco conseguiu contratar o camisa 9. Essa negociação acabou sendo facilitada porque o Internacional devia dinheiro ao Gigante da Colina, referente ao também atacante Zé Roberto que tinha feito o trajeto contrário.

Em abril de 2011, o Vasco conseguiu selar a contratação dele no último dia de inscrições para o Campeonato Carioca. O atacante ajudou o time nesse campeonato, mas foi na Copa do Brasil que ele mostrou ser essencial. Decidiu muitos jogos e devemos esse título a ele, Alecssandro fez 5 gols no campeonato, quase todos foram comemorados com uma careta inconfundível. O camisa 9 da Colina pode perder os gols mais feitos possíveis, mas isso é compensado pela sua doação em campo, além de fazer gol Alecssandro tenta ajudar na marcação quando o Vasco está sem a bola.

Porém, quando começou o Brasileiro para valer, depois do inédito titulo da Copa do Brasil, o camisa 9 começou a jogar extremamente mal. Ele perdia gols feitos e pior, as vezes fazia jogadas fáceis se tornarem difíceis e acabava perdendo a bola. Pouco a pouco o futebol do atacante foi irritando a torcida do Vasco. A cada jogo os gritos por Elton, reserva de Alecssandro, começaram a ecoar cada vez mais forte pelos lados de São Januário, ainda mais depois que o camisa 39 começou a jogar bem e fazer os seus gols. Porém, em alguns jogos a torcida acabou passando dos limites. Na partida contra o Atlético Paranaense, no dia 16 de julho o Vasco estava perdendo, o homem gol titular do time Cruzmaltino brigava com a bola, errava muitos passes e perdia gols inacreditáveis. Com apenas 20 minutos de jogo os torcedores começaram a pedir por Elton. Alecssandro fingiu que não ouviu e no final do primeiro tempo acabou sendo recompensado quando empatou a partida. Na comemoração, ele mandou a torcida gritar mais alto, ele poderia ter feito as pazes com os torcedores nessa partida, chegou a fazer um 2º gol que garantiu a vitória do Cruzmaltino, mas depois desse jogo passou 3 longos meses sem marcar gols e viu o seu reserva fazer vários e decidir um quantidade infinita de partidas importantes. Devido ao número de gols perdidos, a torcida começou a chamá-lo de “cone maldito”.

Alecssandro passou um bom tempo machucado e logo no primeiro jogo após voltar de contusão, ele participou da jogada que originou o segundo gol do adversário, o Corinthians. Mesmo voltando a campo, o jejum do camisa 9 persistia. Cada vez que a torcida olhava para a escalação e percebia que Alecssandro estava no time titular, não faltavam criticas ao técnico Cristovão Borges. Porém, chegou o grande dia. Na quarta feira, 26 de outubro finalmente, Alecssandro acabou com o jejum que já durava mais de três meses. No início do jogo, ele perdeu um gol feito por puro capricho, quis o destino que o time adversário empatasse a partida no lance seguida. Todas as reclamações, xingamentos e vaias tinham apenas um destino, o camisa 9 do Vasco. Mas, antes mesmo do intervalo com um gol de cabeça o atacante começou a fazer as passes novamente com a torcida. A comemoração do gol mostrou como o grupo está unido. Alecssandro ainda fez mais um gol e mandou definitivamente o apelido de cone maldito e as vaias para o espaço.

A torcida do Vasco é mestre em vaiar alguns jogadores que estão em campo com poucos minutos de jogo. Como disse o nosso meio de campo Felipe a torcida tem que parar de vaiar e apoiar todos os jogadores cruzmaltinos. Nesse grupo estão incluídos os mais perseguidos pelos torcedores como o lateral esquerdo Marcio Careca e o atacante Alecssandro. Se nós vaiamos, não atrapalhamos só o rendimento do jogador que não vem jogando bem, atrapalhamos o time inteiro. Quanto mais vaias, maior será o nervosismo da equipe e essa ansiedade dentro de campo normalmente não acaba muito bem. Faltam apenas 7 jogos, temos que apoiar todos os jogadores do Vasco independente do critério técnico e se gostamos ou não de tal jogador. O grupo está unido e focado no título do Campeonato Brasileiro e com a nossa ajuda chegará ao tão sonhado Penta Campeonato. Hoje enfrentaremos o São Paulo dentro de casa. Mais uma vez mesmo que alguns jogadores estejam cometendo erros e atrapalhando nosso jogo não podemos vaiar temos que apoiar os noventa minutos. Quem sabe não conseguiremos com essa simples atitude ajudar nosso clube a conquistar mais 3 pontos?

Até o próximo domingo ,

Elisa de Vicq de Souza Dantas.

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