Tenho o sentimento de que muitos de nós, vascaínos, sentimos uma espécie de angústia com as notícias na mídia de que nosso CA19 foi visto na noite carioca, numa escola de samba, curtindo momentos de lazer e descontração.
Não fujo à realidade de que a vida de atleta é muito dura, cruel e exige muita dedicação e disciplina para ser levada adiante. E radicalmente rouba a juventude, melhor fase de nossas vidas e que acontece só uma vez. Pois somente se consegue ser atleta enquanto jovem. E jogador de futebol é, antes de tudo, uma forma de atleta.
Mas há, também, outra visão tão comum, principalmente entre os pais, de que ser jogador de futebol traduz riqueza, sucesso, fama e dinheiro. Muito dinheiro. No entanto, mal sabem que é muito baixo o percentual daqueles que se lançam nessa vida e atingem esse nível tão sonhado. Bem como desconhecem a dureza e as dificuldades dentro desse meio
Só que a dedicação e disciplina acabam sempre criando conflitos de consciência. Pois, como conviver com os que fazem parte de seu meio social, e que não são atletas, e resistir às tentações do prazer e da alegria?
E é justamente buscando responder a essa questão que procuro entender a atitude de CA19. Na situação dele, numa posição que honrosamente ele mesmo conquistou perante o torcedor vascaíno que vivia o momento delicado da série B, é preciso ser mais exigente consigo mesmo. Um ídolo, como ele é visto atualmente, precisa conscientizar-se de que exerce uma posição de influência acentuada na alma do torcedor. Desde os menores que vão começando a semear sua paixão clubística até os maiores que vão aos estádios, pois inegavelmente a presença do CA19 influencia na presença de público e também na expectativa de vitórias. E justamente por ser ídolo é que as exigências são maiores ainda. No caso dele, em que a produtividade nesse ano foi muito abaixo da desejada — dos 60 jogos de 2010 esteve presente em apenas 20 (33%) —, seria conveniente que observasse as orientações médicas para sua recuperação e que deveriam estar isoladamente em primeiro lugar no rol de suas vontades e prazeres. Que prazer maior para um ídolo senão voltar a jogar no clube que o acolheu tão bem?
Está chegando a hora de recomeçar a conquistar o amor da torcida do Vasco. Assim, ganhamos todos: Vasco, torcedor e, claro, CA19.
Tenham um bom dia.
“Todo vascaíno tem amor infinito”.
J. K. Dimas
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