05 novembro 2010

A culpa é de quem?




A questão não é o jogo desta quinta feira. O Vasco cumpriu sua obrigação, ganhou do virtualmente rebaixado Gremio Prudente. Não conseguiu finalizar como deveria, criou bastante chances, levou sustos, por um erro infantil levou um gol ( e ninguém crucificou o dedé, já o jadson vieira...), mas para mim o clima não é de falar sobre isso. Todos vimos o jogo e conhecemos bem os problemas a melhorar na próxima temporada.

O que me deixa perplexo é a exigência da torcida vascaína. Até ontem, minutos antes do jogo, havia um clima de insatisfação e desconfiança em relação a permanência do técnico Paulo Cesar Gusmão para a temporada 2011. A minha crítica hoje não é ao Gigante da Colina, mas sim à prática retrograda do futebol brasileiro: admitir que a culpa final da não obtenção de resultados é sempre do técnico.

Quando aconteceu no São Paulo eu critiquei, o mesmo no Santos, o fiz também no caso dos Mulambos e não mudarei minha postura por ser meu time de coração. Este ano já passamos por diversos técnicos e ainda que Dorival seja um herói, não acho que o trabalho do PC Gusmão fique aquém de Dorival Junior. Basta lembrarmos o time limitadíssimo que o atual técnico pegou para tira-lo da situação mais incomoda da tabela, depois de 7 rodadas de campeonato. Vamos lembrar que nossa defesa (com excessão de Fernando Prass) só foi digna de alguma admiração depois da entrada de PC Gusmão. O meio campo se fortaleceu, e para aqueles que admiram o uso da juventude por Dorival, em que o PC perde? Romulo, Jhonatan, Max, Carlinhos, Allan, Felipe Bastos, Dedé...

Acho que o time deveria ser mais ofensivo sim, porém, está ficando claro que o esquema de três volantes é o mais adequado, já que sempre que esse terceiro volante não é de contenção, o caminho dos adversários ao gol fica menos complicado, e não por incompetência da zaga vascaína, mas sim pela falta de referência, a falta de um centro-avante. Isto permite com que todos os times, joguem mais adiantados, exatamente por não sofrerem o risco constante de uma jogada decisiva.

Estas características do plantel vascaíno tem levantado questionamentos sobre a metodologia de PC Gusmão, o que acho de uma injustiça desmedida. Hoje, fora Dorival Jr., o único técnico capacitado e de acordo com os propósitos do time, no mercado, é o nosso. As cobranças sempre tem que existir, mas não ao ponto de causar descontentamento naqueles que trabalham de verdade.

Ontem (apenas com a vitória esboçada) uma atitude muito comovente em São Januario me deixou alegre: a torcida gritando o nome do PC! É isto que precisamos. A temporada não é fácil, ele assumiu o time em um momento delicado, precisa de tempo para deixar as coisas melhores.

E quero deixar clara a minha posição contra esta atitude retrograda para o futebol, que é responsabilizar um ou dois do elenco e isentar outros. O time não foi para a libertadores, o time não foi campeão brasileiro, consequentemente o PC Gusmão também não. Não invertam a ordem das coisas, o contrário não é uma verdade, mas sim uma forma de desviar a atenção para o real problema.

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